Paola Carosella

Paola Carosella: 8 princípios da chef mais famosa do Brasil

Que ela é incrível como jurada do Masterchef Brasil você já sabe. Mas Paola Carosella é muito mais do que isso. Com uma trajetória de tirar o fôlego, por várias razões, a vida dessa chef é muito interessante. Quando observamos com calma quais são os fundamentos de sua atuação na cozinha, percebemos que temos muita coisa para aprender com a sua forma de ver a vida.

Paula Carosella: a cozinheira

Paola não é formada em gastronomia. Assim que concluiu o que é hoje o Ensino Médio, em 1992, partiu para o trabalho na cozinha. Começou na Argentina. Em seguida, passou por grandes restaurantes na França, nos Estados Unidos e no Uruguai.

Depois, voltou a atuar em sua terra natal, até ser convidada, em 2001, a abrir e dirigir a cozinha do Figueira Rubaiyat. Em 2003 abriu seu pequeno restaurante chamado Julia Cocina, onde preparava um pequeno cardápio em uma cozinha aberta ao salão de refeições. Há mais de 14 anos no Brasil, ela considera que aqui é seu lugar.

Não ter frequentado um curso formal de gastronomia não diminui a chef mais pop do Brasil. O que Paola aprendeu, e podemos aprender com ela, é que a experiência do trabalho diário é um ótimo professor, contanto que estejamos empenhados em crescer como profissionais.

A cozinha do coração

Falando em aprender, sua primeira experiência na cozinha foi com seus avós, imigrantes italianos. Em casa os ingredientes eram cultivados e preparados. Isso marcou e ainda marca a atuação da cozinheira.

Em seu site ela escreveu:

Cresci na horta, no pomar,  rodeada de galinhas e coelhos. Meu avô Lino era um grande pescador e caçador, em casa tínhamos sempre rãs, caracóis, peixes de rio e de mar, lebres, porcos selvagens, javalis, pombos, codornas; todo tipo de bicho que ia parar na panela após horas de limpeza: tirávamos as penas, a lama, milhões de espinhos, abríamos as conchas, separávamos  os músculos dos ossos e peles”.

Apesar de ser uma das apresentadoras do Masterchef, Paola refere-se a si mesma como cozinheira. Ela se identifica com o cozinhar, com o ato de preparar comida boa para as pessoas. Muito além de delegar tarefas e dirigir uma empresa, sua atuação profissional e sua história estão ligadas ao ato simples de preparar comida boa.

É dona de 2 restaurantes. O Arturito foi aberto por Paola em 2008. Lá ela serve uma comida simples, mas preparada com os melhores ingredientes de São Paulo. É sócia do La Guapa Empanadas Artesanais e Café, aberto em 2014, localizado também em São Paulo, junto com seu sócio Benny Goldenberg.

Os 8 mandamentos de Paola Carosella

 

Ricardo Matsukawa/VEJA.com

Os princípios que guiam a cozinha de Paola Carosella são simples e diretos de explicar, mas certamente muito difíceis de seguir. Em seu site ela os listou como coisas em que acredita. Confira a lista:

1. Ingredientes qualidade

Para Paola, os ingredientes devem ser sempre frescos, de boa origem, bem criados e bem cultivados. Simples e nobres. É melhor pouco de algo bom do que muito de alguma coisa meia boca.

No programa Masterchef Brasil, da Band, é possível perceber esse princípio em vários episódios. Além da boa procedência, é necessário respeitar o formato dos alimentos. Nada de picar tudo de qualquer jeito. Valorizar as formas, cores, formatos  e sabores dos alimentos é algo que torna a comida especial.

2. Gesto harmônico

A mão da pessoa que cozinha deve ser suave e delicada, porém firme e com boa intenção. Paola dá atenção aos gestos, à forma como a pessoa se movimenta dentro da cozinha. Existe um ritmo, uma postura para fazer comida boa. E não é atuação, nem drama, viu? É preciso ter autenticidade.

O objetivo é servir uma refeição gostosa, como quem oferece afeto. Para Paola, uma mulher sensível e inteligente, a pessoa que assume a responsabilidade de cozinhar deve se conectar com o que faz sem agir de forma mecânica ou automática.

3. Respeito

Em sua origem, a palavra respeito significa olhar novamente. Observar e sentir com atenção para, então, agir. Isso tem tudo a ver com a cozinha de Paola Carosella. Pare, olhe bem, pense e, só depois, parta para ação.

Para ela, cozinhar exige respeito pelo colega, pelo ingrediente, pelo fogo, pelo cliente, pelos fornecedores. E por todos os outros trabalhadores, desde o pescador até o lixeiro. Cozinhar também é ter respeito pela natureza.

4. Constância

Algo constante é duradouro e estável. Cozinhar, assim como qualquer outro trabalho, requer constância no que se faz, realizando o mesmo ritual todos os dias, sem reclamar. Esse princípio nos leva diretamente ao seguinte:

5. Paciência

Tudo tem seu tempo. Tanto na cozinha, quanto na vida, é preciso ter paciência para esperar o tempo de preparo. Quem tem pressa come cru. Quem tem pressa deixa de aprender lições importantes. A pressa impede de olhar com atenção, agir com postura e construir uma jornada longa e frutífera.

6. Coerência

Ser coerente é dar prioridade para a harmonia e a conexão com os ingredientes, com o sabor, com as nossas raízes, com nosso lugar, com o clima e com o momento. Coerência é agir de acordo com o que você realmente acredita. É fazer o que é certo mesmo quando não tem ninguém olhando.

7. Humildade

Ser humilde é estar em contato com a sua origem, com quem você é. Sem querer elevar-se além de suas capacidades, nem aparentar ser algo que você não é. Humildade é quando “o prato é quem fala, não é o cozinheiro”, escreveu Paola.

8. Desejo

Ter desejo pela vida e realizar coisas nela. O desejo é o que nos move, é a paixão pela vida e pelo que se faz. Quem cultiva seu desejo age com amor e respeito por si e pelos outros. Pois sem desejo “não atravessamos nem a rua”.

 

Os 8 princípios de Paola Carosella foram pensados e vividos a partir da cozinha, pois esse é o lugar onde está seu coração. Mas, se a gente pensar bem, esses fundamentos podem ser a base para todo o trabalho com um sentido maior. Em qualquer profissão é possível aplicar esses pensamentos. Concorda? Escreva pra gente nos comentários.

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