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Assertividade: Um guia fácil com 10 passos para se expressar

A assertividade é a capacidade de expôr o que você pensa, responder a uma pessoa ou discordar de alguém de uma forma objetiva e nítida. Uma pessoa assertiva não ofende nem diminui ninguém.

A assertividade é um meio termo entre a agressividade e a passividade. Não é preciso abaixar a cabeça sempre, tampouco é necessário ser ríspido a todo o momento. A assertividade é um equilíbrio, permite que você se torne mais autêntico, saiba dizer o que pensa sem desconsiderar as outras pessoas, e te ajuda a se comunicar de forma mais eficaz.

Quem nunca se sentiu usado, invisibilizado, pressionado por uma determinada situação? Isso acontece quando temos que lidar com a agressividade e temos dificuldade de expressar nossas emoções e necessidades.

Alguns se anulam completamente, esses são os passivos. Enquanto outros, os agressivos, botam a boca no trombone e causam desconforto em todas as pessoas ao seu redor. A assertividade pode ser uma forma de contornar esses comportamentos que tanto sofrimento pode trazer.

Neste artigo, confira um guia fácil sobre como se comunicar de forma mais eficaz: aprenda a ser assertivo.

Agressividade, Passividade e Assertividade

Tanto a agressividade quanto a passividade são dois extremos muito comuns. A assertividade é o comportamento guiado pelo bom senso. A palavra-chave do comportamento assertivo é o autocontrole. Vamos ver as características de cada um deles?

  1. Comportamento agressivo: A pessoa agressiva se valoriza às custas das outras pessoas. Sempre expressa o que pensa, muitas vezes desvaloriza as outras pessoas, faz escolha pelos outros, atinge seus objetivos mesmo que isso cause danos aos outros. A pessoa agressiva desperta nas pessoas com as quais se relaciona uma sensação de humilhação, defensiva, desvalorização de si e um impedimento para atingir seus próprios objetivos;
  2. Comportamento passivo: A pessoa passiva nega a si, suas opiniões e desejos. Tende a colocar suas necessidades em último lugar na lista de prioridades, tem dificuldade de expressar o que pensa e fica chateado e ansioso. Geralmente não atinge seus objetivos. As pessoas que lidam com alguém passivo tendem a se sentir culpadas e com raiva, acabam depreciando a pessoa passiva e atinge seus objetivos às custas dessa pessoa;
  3. Comportamento assertivo: A pessoa assertiva expressa o que pensa, valoriza a si mesma sem a necessidade de diminuir as outras pessoas, sente-se bem consigo mesma e faz suas próprias escolhas. Dessa forma, pode ou não atingir seus objetivos. O comportamento assertivo desperta nas outras pessoas coisas parecidas: autovalorização, direito de expressar-se e a chance de atingir seus objetivos ou não, dependendo da situação.

Certamente, como nem tudo são flores, é possível que algumas pessoas se sintam incomodadas pela assertividade. O agressivo terá que aceitar a expressão da opinião do outro e não se sentirá confortável em ter seu objetivo não alcançado, ainda mais quando encontrar limitações em sua atuação.

Já a pessoa passiva pode se sentir pressionada a dizer o que pensa e pode sentir-se perdido quando a chance de atingir um objetivo lhe aparecer. A assertividade nem sempre agradará a todos, afinal, sua postura acaba tirando os outros de sua zona de conforto.

Outra coisa que é importante saber é que, em muitos casos, as pessoas não são 100% do tempo uma coisa só. Existem pessoas que são majoritariamente agressivas ou passivas. Assim como existem pessoas que se mantém assertivas apesar das situações difíceis que enfrentam.

No geral, no entanto, o que acontece é que as pessoas podem ser agressivas, passivas ou assertivas em determinadas situações. Por quê isso acontece? Bem, alguns comportamentos são mais reforçados em situações específicas, dependendo da ansiedade que a pessoa sente e de seu histórico de vida.

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Antes de começar, prepare-se

A boa notícia é que qualquer um que esteja realmente disposto a mudar, pode desenvolver comportamentos assertivos nas situações mais delicadas. Para isso, resumimos aqui um passo-a-passo de um treino assertivo. A ideia é colocar cada um dos passos em prática.

Mas, caso você tenha condições, também é sempre bom procurar um profissional especializado em psicologia e, por meio de uma terapia, trabalhar cada um desses gatilhos que geram a ansiedade em você, ok?

1. Olhe para você mesmo

O primeiro passo em direção à assertividade é uma autoanálise honesta. Pense nas relações que você estabelece com as pessoas de seu convívio. Reflita com sinceridade sobre algumas questões:

  • Como é a sua relação com seus familiares, amigos, colegas de trabalho, etc?
  • Você têm facilidade para colocar suas opiniões e expressar o que sente?
  • Você tira vantagens de todas as suas relações?
  • Costuma ferir os outros quando diz o que pensa?
  • Você geralmente “vence” todas as discussões?
  • Você acredita que domina a maioria das relações?
  • As pessoas costumam decidir as coisas por você?
  • As pessoas tiram vantagem de você com frequência?
  • Sente dificuldade de conversar com as pessoas?
  • Você tem dificuldade de dizer “não”?

A partir dessa auto-investigação, é provável que você comece a entender qual é seu comportamento geral. A partir dessas conclusões, vai começar a perceber quais são as ocasiões que despertam comportamentos situacionais, pontuais, em você.

Uma pessoa passiva, por exemplo, pode explodir em agressividade em algumas situações. Assim como uma pessoa agressiva pode se portar de forma passiva quando é confrontada com seus comportamentos autoritários. Da mesma forma, apenas uma auto-observação minuciosa pode revelar o que é preciso mudar em nossa personalidade para que sejamos mais assertivos.

2. Entenda os motivos da mudança

Assim que você começar a entender melhor qual é seu comportamento geral e situacional, é normal começar a perceber quais são os prejuízos desse comportamento, seja ele passivo ou agressivo. A partir disso você pode começar a definir quais são os problemas gerados por este tipo de comportamento.

Como as suas relações sociais são danificadas por seu comportamento? É importante definir muito bem quais são os problemas causados pelo comportamento atual, para, então, decidir mudar. Isso é importantíssimo. Se puder, escreva em um caderno esses motivos: Quero ser assertivo porque…

3. Saiba sobre os direitos humanos

Uma das bases do comportamento assertivo é simples: todos os seres humanos merecem respeito, simplesmente por sua condição humana. É preciso ter o respeito ao outro como princípio de sua atuação. Caso contrário, sua assertividade será cega, seletiva. Não adianta muita coisa ser assertivo com o chefe e agressivo com o funcionário da limpeza, entende? É uma questão de coerência.

Quais são os direitos dos seres humanos? Já pensou nisso? Se puder, conheça mais sobre a história dos direitos humanos e leia a Declaração dos Direitos Humanos. É um exercício primoroso.

4. Escolha situações fáceis para começar a treinar

O ideal é começar a treinar a assertividade nas situações mais fáceis possíveis. Assim, você conseguirá ser assertivo e o sucesso ajudará a persistir no processo de mudança. É como um reforço positivo, você se sentirá recompensado se não se frustrar das primeiras vezes e, por isso, sentirá mais confiança para enfrentar situações mais complicadas.

Caso tenha um fracasso logo de cara, não entre em pânico. Procure pensar sobre a situação e avaliar o que aconteceu. Se quiser e puder, escreva em algum lugar sobre a experiência, preste atenção no que sentiu e tente perceber o que deu errado. Lembre-se: você está em treino. Isso implica erros e acertos, lições a serem aprendidas.

5. Estabeleça um diálogo

Muitas vezes, o comportamento assertivo pode pegar as pessoas de seu convívio de surpresa. É possível que a relação entre vocês fique abalada, principalmente quando você deixa de ser uma pessoa passiva, por exemplo. Tome cuidado para não errar a mão e ser agressivo em seus primeiros exercícios.

Chame as pessoas mais próximas para um diálogo e deixe nítido a mudança que você está promovendo em você. Essa é uma boa forma de começar. Exite acusações ou tomar para si toda a culpa da situação. Apegue-se aos fatos: você quer ser mais assertivo e isso vai trazer mudanças na forma como se comporta.

6. Quebre o ciclo vicioso

O comportamento agressivo e o passivo criam um ciclo de baixa auto-estima. Como isso funciona? Bem, você se comporta de forma inadequada (passiva ou agressivamente), como resultado, as pessoas reagem com um feedback negativo (reagem também com agressividade, desprezam você, se afastam, se aproveitam de você, etc), esse feedback faz com que sua autoestima vá diminuindo.

Com o tempo, é comum começar a acreditar que você é ruim, que não merece relações mais saudáveis, que não pode mudar. Quando persiste no comportamento inadequado, o ciclo recomeça.

Para quebrar o ciclo, é preciso mudar primeiro o comportamento. Comece a agir diferente, de forma assertiva; a partir daí a reação das pessoas em relação a você mudará. Então, quando for mais valorizado, for apreciado e considerado pelas outras pessoas, sua autoestima começará a se restaurar. Isso fará com que você se torne mais confiante e assertivo.

10 passos para um treino de assertividade

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1. Olhe nos olhos

Olhar a pessoa com quem você conversa nos olhos é muito importante para que a pessoa sinta mais segurança e firmeza em suas palavras. E também porque você consegue observar com mais atenção como ela reage ao que você diz. Dessa forma é possível pensar sobre o que dizer para a pessoa e, observando sua reação, decidir como continuar falando o que você precisa expressar.

2. Mantenha a postura

Seu corpo fala. Procure ficar com a coluna ereta, levemente inclinado para a pessoa com quem fala. Evite falar de pé com quem está sentado. Caso você esteja sentado e a pessoa se levante, procure fazer o mesmo ou pedir para que ela se sente novamente.

3. Gesticule

Use gestos para enfatizar o que é necessário, sem exageros. A ideia é demonstrar o que você sente, não dramatizar e criar uma situação desconcertante.

4. Ajuste o tom

Uma mesma frase dita com entonações diferentes pode causar indignação, pena ou aprovação. Depende de como você fala, por isso, observe a forma como você fala.

5. Controle sua expressão facial

Não esconda o que sente, apenas não seja efusivo demais em sua expressão.

6. Escolha o momento adequado

É importante que você aprenda a ser assertivo de forma espontânea, no entanto, é preciso ter a sensibilidade para identificar o melhor momento. Se estiver muito irritado, que tal esperar se acalmar para depois conversar sobre o assunto? Dependendo da pessoa com quem for conversar e o assunto, é melhor chamá-la para um diálogo privado.

7. Evite ofensas e julgamentos

Seu foco deve ser dizer o que está sentindo e não colocar um julgamento de valor sobre a outra pessoa. Um exemplo: Em vez de dizer “Você é um f… da p…” procure dizer algo como “Estou muito irritado com o que você fez”.

Perceba que na primeira fala você determinaria o que a pessoa é, daria um julgamento a ela, uma condenação para sua pessoa, já na segunda fala, você diz o que sente em relação a um comportamento da pessoa. Entende a diferença? Não é preciso humilhar o outro para dizer o que sente.

8. Lidar com as reações

Nem todo mundo vai reagir bem ao seu comportamento assertivo. É possível que muitas delas não estejam prontas para dizer o que sentem, algumas podem resmungar, fazer drama, provocar, insultar, vingar-se e até agredir. Em todas essas situações, procure manter-se firme em seu comportamento e não entre na onda da pessoa.

Em casos de agressão, diga que lamenta que a pessoa esteja irritada e descontrolada, mas que você não vai mudar sua atitude por causa disso, proteja-se da violência, se afaste e continue a vida.

Voltar atrás vai fazer com que as coisas permaneçam como sempre foram. Não se deixe levar pela culpa, se estiver certo de sua posição, vá até o fim. Da mesma forma, caso a pessoa se humilhe, peças desculpas repetidas vezes e se torne passivo, não se aproveite dela, aceite as desculpas apenas uma vez e incentive a pessoa a valorizar-se.

9. Saiba lidar com pessoas hiper sensíveis

Existem pessoas tão sensíveis que não suportam ser questionadas. Não conseguem se controlar e podem explodir por pouca coisa, gerando comportamentos negativos para ela mesma e para você. Nestes casos, é melhor optar pela passividade. Caso seja alguém que você precise estar por perto, releve seu jeito.

Caso contrário, o melhor é se afastar. Eventualmente, se a pessoa mudar seu comportamento, talvez vocês possam retomar as relações.

10. Seja compreensivo

Uma pessoa que está começando em um trabalho novo, uma criança aprendendo uma nova habilidade ou um amigo com um estresse fora do comum são oportunidades para relaxar e deixar passar. Nem sempre é preciso dizer o que sente, principalmente quando você entende que é uma situação incomum.

 

A coisa mais importante daqui para a frente é a persistência. Mantenha-se no caminho, se precisar, busque ajuda especializada e siga assertivamente! E aí, como está se sentindo?

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