Sensibilidade de Jesus

Sensibilidade: 4 lições de uma das maiores lideranças de todos os tempos

O que é sensibilidade? Uma pessoa dita sensível pode ser compreendida como alguém capaz de sentir com mais intensidade as coisas. Também pode ser entendida como uma pessoa que se afeta por qualquer estímulo, que se ofende com facilidade, ou que fica magoado com qualquer coisa.

A palavra sensibilidade, em sua origem, significa capacidade de sentir, de perceber. E apesar das várias interpretações, uma pessoa sensível é, em primeiro lugar, alguém que sente as emoções, que é capaz de ter compaixão, empatia, simpatia, ternura. A sensibilidade é a habilidade de lidar com as emoções, de não se tornar refém delas. E existe um homem que ensinou toda a humanidade a fazer isso: Jesus Cristo.

Se você é religioso, peço que não exija deste texto a confirmação de suas crenças. Se você não é cristão, permita-se aprender com uma grande figura da história da humanidade, saiba que aqui não há imposições de fé. E, se porventura, você é ateu, acredite, é possível aprender com Cristo coisas que vão além da religiosidade.

Falar de Jesus é falar sobre espiritualidade e sensibilidade. E foi isso que Augusto Cury fez em sua série de livros para a Editora Sextante, chamada Análise da Inteligência de Cristo. Aqui vou falar um pouco sobre o que aprendi no volume 2 dessa coleção, O Mestre da Sensibilidade: Jesus, o maior especialista no território da emoção.

Um grande pensador e líder

Cury coloca Jesus ao lado de pensadores como Descartes, Marx, Hegel, Max Weber, Platão e Adam Smith. Pois, para ele, os ensinamentos de Cristo vão além da religião. Inclusive, todas as pessoas, de diferentes crenças, e até os não-crentes, os ateus, podem aprender com Jesus. Não no sentido religioso, mas uma compreensão que vai além disso para estimular a inteligência.

1. Sensibilidade tem a ver com maturidade

Jesus era uma pessoa madura. E essa maturidade possui várias características. Apesar de ser jovem, morreu ainda aos 33 anos, Cristo era uma pessoa madura. Afinal, maturidade não vêm necessariamente com o tempo, é uma mudança de postura, uma sabedoria, uma forma de viver a vida.

Jesus não queria corrigir as pessoas. Não parava de falar com alguém porque essa pessoa discordava dele. Jamais gritou ou desejou a morte de alguém simplesmente porque essa pessoa era diferente dele mesmo. Num país totalitário, dominado por uma elite religiosa e por comandantes militares, um simples carpinteiro ousou aglutinar ao seu redor as pessoas mais odiadas daquela sociedade: os pobres, as prostitutas, os leprosos. Jesus se ateve a acolhe-las, estimulá-las a pensar e a compreender a vida.

Cristo não contribuiu para a lógica da culpa. Nunca estimulou as pessoas ao falso moralismo, aquele que condena o outro sem considerar suas próprias falhas. Não foi ele que disse para atirar a primeira pedra aquele que jamais errou? Cristo não incentivou o outro a criar o carrasco de si mesmo e o carrasco social, que só vê as limitações dos outros. Sua mensagem era de tolerância, união.

2. Sensibilidade é equilíbrio

Cristo nos ensina a lidar com as dores, vivenciar as angústias sem fugir ou se desesperar. Para isso é preciso recuperar a capacidade de se encantar com a vida. Era um líder que se dedicava a desenvolver a inteligência, a reflexão, a dúvida. Queria fazer com que seu seguidor aprendesse a pensar.

Ter equilíbrio e serenidade é ir além da dor e do sofrimento, não se prender à busca incessante por prazer imediato. Jesus nos induz a resgatar o protagonismo social e emocional. Porque somos tão frágeis? Por que a sensibilidade é vista como instabilidade, como desequilíbrio e sofrimento diante de qualquer estímulo negativo? A sensibilidade de Jesus está em blindar-se das mazelas emocionais, criar uma fortaleza interior. Diante de uma ofensa, quando alguém nos contraria ou quando perdemos algo, porque sucumbimos à agressividade? A sensibilidade de Jesus era para os bons afetos. Para os ruins, ele não dava espaço.

Jesus inspirou pessoas ativas, dinâmicas, com capacidade de expressar o que pensam e sentem de forma assertiva.

3. Sensibilidade é promover a educação

Jesus era um educador, pois todo verdeiro líder o é. Jamais teria marcado a humanidade da forma como o fez se não tivesse a capacidade de ensinar. E tudo isso sem pressa, sem imediatismo. Ele sabia que não mudaria o mundo de uma tacada só. Acreditava no poder da semente.

Cristo já sabia que a mudança gradual e consistente, aquela que é profunda e não acontece de uma hora para a outra, que leva tempo e desabrocha de dentro para fora, não é resultado de uma imposição. Por isso ele teve a paciência de semear sem impôr regras e verdades. Suas palavras eram um chamado, um convite. Ninguém jamais foi coagido por ele.

Buscamos o status social, o dinheiro, o sucesso, a cultura acadêmica, mas e a capacidade de semear a paz, administrar as emoções, promover o diálogo real? Quando foi a última vez que você realmente ouviu a outra pessoa com quem estava falando? Quando foi a última vez que conseguiu fazer silêncio em sua mente, em seu coração e em seu corpo para ouvir, de verdade, o que o outro dizia?

Jesus era educador, e via a educação como semear corações e mentes, seu método consistia na escuta atenta e na sensibilidade para com o sofrimento e a realidade das outras pessoas. Ia além das palavras, se conectava com o outro.

Nunca desejou a glória, o poder, a satisfação de seu ego. Sua mensagem tem a ver com aprender a perder, conhecer nossos próprios limites, privilégios e ser tolerante com os limites dos outros. Jesus nos ensinou a não querer que o mundo gire ao nosso redor, romper com o egoismo, amar ao próximo como a nós mesmos.

4. Sensibilidade é liberdade de pensamento

Vivemos num mundo um pouco diferente do mundo em que Jesus viveu. Temos liberdades democráticas, o direito de se expressar e se organizar, temos o direito de exercer nossas crenças, ou pelo menos em teoria todas as crenças deveriam ser respeitadas. Diferente da época de Cristo, quando as pessoas eram presas, torturadas e assassinadas por ousarem discordar da ordem dominante.

Só que para acontecer a liberdade de expressão é preciso haver liberdade de pensamento. A liberdade de expressão precisa estar atrelada a um pensamento crítico, livre de preconceitos, de verdades absolutas. Jesus viveu em um sistema autoritário, onde não era possível dizer tudo o que queria. Por expôr o que pensa poderia ser, e foi, morto por isso. Mas mesmo assim ousou dizer o que pensava, pois tinha a liberdade como princípio. O que ele dizia, na época, questionava os paradigmas da religião e do sistema social em que vivia. Não tinha nada a ver com ódio, com desejo de violência, com agressividade. Essa é uma das lições mais importantes desse líder: ousar pensar de forma crítica.

Vivemos desejando a proteção material, mas e a proteção emocional? Colocamos grades nas janelas, câmeras de segurança, mas basta que uma pessoa discorde do que pensamos ou que escolha viver uma vida de forma diferente da que nós julgamos correto, para avançarmos com tochas na mão, bárbaros, vociferando ofensas. Isso parece algo que Cristo faria?

Meu objetivo aqui é promover a reflexão, o benefício da dúvida. Que tal? Escreva o que achou nos comentários! E não se esqueça de manter o respeito e a tolerância. Não é preciso que todos pensem igual, certo? Um mundo assim, acredito, seria chato demais…

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