A meditação está na moda. Cada dia mais e mais pessoas se lançam nesse universo do auto aprimoramento e das descobertas incríveis do eu. Ah, como deve ser incrível poder controlar a própria mente e eliminar as idas e vindas do pensamento…
Pensando assim você se senta na famosa posição de lótus e começa a meditar. E aí você falha. Sem conseguir evitar, começa a pensar no que disse para aquele colega de trabalho no dia anterior. Aí você se esforça para limpar a mente e voltar à meditação. Mas daqui a pouco está pensando que o cesto de roupas está cheio e você precisa lavar roupas hoje. Falhou de novo! Volta para a meditação. Aí começa a pensar se isso realmente funciona. Afinal, não pensar em nada já não é pensar?
É nesse ponto que muita gente desiste de meditar. Cadê aquele mundo maravilhoso onde eu poderia controlar meus pensamentos e não sentir mais a ansiedade? Se você é uma dessas pessoas que já tentou e não conseguiu meditar, espero que esse artigo com 5 dicas possa te ajudar a entender porque não conseguir meditar já é meditar.
Bora?
1. Meditar não é parar de pensar
Esse monge meditando parece ser muito bom nisso, não é? Quando vemos uma pessoa meditando, costumamos pensar automaticamente que sua mente está limpa. Nenhuma onda agita as águas internas desse monge, você deve pensar. O cara é bom, deve ser craque nisso já. Agora quando eu vou tentar não dá. Os pensamentos que não consigo controlar caem na água e a agitam. Ás vezes fazem pequenas ondas, às vezes ondas grandes. E me sinto fracassado. Nunca serei como o monge da foto, você afirma para si, a não ser que abandone tudo e só faça isso o dia todo como ele.
Essa sensação de fracasso vem do mito de que meditar é parar de pensar. Primeiro que isso seria impossível, como abrir os olhos e tentar não ver as coisas. Simplesmente não dá.
Mas, então, se meditação não é parar de pensar, do que se trata essa prática? Pois bem, meditar é observar os pensamentos. É tentar perceber o que está pensando e identificar a origem desse pensamento. Todo pensamento é resultado de uma necessidade, um sentimento, uma angústia. É observando de forma neutra cada um deles para, então, retornar à âncora de sua meditação (a respiração, o mantra, a sensação corporal) que você pratica a meditação de fato.
Um exemplo
Digamos que você está meditando e, do nada, se lembra do último almoço de domingo com a família. Em vez de se deixar levar por esse pensamento, você o observa: estou pensando no último almoço de família. E gentilmente retorna ao foco da meditação. Em seguida você se lembra de um relatório que precisa entregar no trabalho e se sente ansioso. Em vez de se entregar à ansiedade e remoer expectativas, você conclui que esse relatório está te deixando ansioso e, ternamente, volta ao foco da meditação.
Tcharan! Você está meditando! Parabéns!
2. A prática da meditação leva à transformação
Toda a mudança é lenta e gradual. Mesmo que a gente queira muito um resultado imediato. Se a meditação é o caminho que você escolheu, saiba que essa mudança ocorrerá em seu devido tempo. A prática da meditação pede de você paciência. E persistência.
Com o tempo você vai perceber mudanças em seu jeito de pensar e agir na vida. Se você ainda não se deu conta de que a meditação é um treinamento de concentração e controle dos pensamentos, observando as motivações deles, agora você precisa compreender.
Essa nova habilidade será usada por você no dia a dia. Cada vez mais você vai se valer dela quando precisar conversar com alguém e prestar realmente atenção no que a pessoa diz. Ou quando precisar se concentrar num relatório do trabalho. E, assim, aos poucos você e as pessoas ao seu redor vão começar a perceber que há algo de novo em sua forma de pensar e agir.
3. Não existe um jeito certo e único de meditar
Podemos encontrar milhões de vídeos com meditação guiada no YouTube. Em diversos idiomas diferentes. Ah, e também músicas para meditar. E mantras. Sem contar os treinamentos e cursos para meditação. Tudo online e fácil. Siga essas regrinhas aqui e você vai conseguir, você lê em algum lugar. Se quiser, pode ler centenas de livros com informações sobre a meditação e aprender sobre o tema.
De fato, tudo isso contribui para a sua prática. Mas não deve ser algo que te engessa, que limita as possibilidades de sua experiência com a meditação. Cada um deve descobrir a melhor maneira de meditar, que é mais eficiente para si mesmo.
Não existe posição ideal, mantra obrigatório ou música universal para ativar o potencial de concentração de ninguém. Faz parte do processo, tanto quanto observar seus pensamentos e ter uma mudança gradual, descobrir o que não funciona para você. Por isso, não tenha medo de experimentar. Busque a meditação feita por você para você.
4. Meditar é como voltar para casa
Todos temos vícios de pensamentos. Podem ser excesso de preocupação ou falta de inteligência emocional, depende de cada um. Acontece que esses vícios nos afastam de nós. Ficamos alheios à nossa essência e só conseguimos olhar para ela com intermediários, que são como véus.
Meditar é recuperar, voltar a alguma coisa que tivemos antes e que por algum motivo perdemos. Meditar é um reencontro. Mas romper esses véus leva tempo. Como voltar para a casa pode demorar. Quanto mais longe você está de seu lar, mais longa será a jornada de retorno. Mas não há nada melhor do que sentir-se em casa, não é mesmo?
5. A prática da meditação exige esforço e disciplina
O aprendizado não é uma linha reta. Ele é todo torto. É tentativa, erro, tentativa, erro, aperfeiçoamento, tentativa, erro e, vez ou outra, um acerto. O problema é que nós fomos educados para evitar o erro. Como se o processo de aprender envolvesse apenas fazer tudo certo. Só que o acerto é raro e o erro é o caminho que leva até ele.
o erro não deve te afastar da prática e causar frustração ao meditar. Entenda que o erro é o processo, significa que você está caminhando. Não existe meditação instantânea, é preciso treino. Portanto, não conseguir meditar é meditar, mas só se você não desistir.
É preciso se esforçar para observar cada pensamento e não se deixar levar pela onda que ele produz. É necessário disciplina para continuar treinando, para dar a si mesmo a oportunidade de ficar habilidoso.
Se você já praticou meditação, que tal compartilhar com a gente como foi sua experiência? Fica à vontade, ok? E se você quer aprender a meditar para aproveitar melhor a sua vida, que tal aprender mais sobre isso? Olha só:
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