Cultivar a criatividade

5 dicas para cultivar a criatividade e sair do lugar comum

A criatividade é uma habilidade importantíssima para a vida de hoje. No trabalho e fora dele, a arte de resolver problemas de forma inovadora pode ser uma ótima ferramenta.

Para ser mais criativo é preciso se desprender de alguns preconceitos. E, ao abandonar o lugar comum, aquele espaço confortável onde a maioria das pessoas preferem estar, você vai adentrar o País das Maravilhas. É uma aventura e tanto! Quer saber como? Então confira este artigo e, por favor, compartilhe com a gente seu ponto de vista sobre ele.

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Primeiro: o que é criatividade?

A criatividade é conhecida como uma forma de pensar “fora da caixa”. Afinal, é insano esperar resultados diferentes quando continuamos fazendo as coisas do mesmo jeito. O processo criativo é um modo de trabalho muito comum em profissões artísticas, como artes plásticas, literatura, poesia e artes visuais. E isso, infelizmente, faz com que muita gente pense que criatividade é um método exclusivo do fazer artístico.

Um grande mito. A criatividade é a arte de resolver problemas de forma inovadora. Todas as áreas do conhecimento, profissões e a vida cotidiana podem se beneficiar dessa forma de pensar e agir. Mas, para isso, é preciso aprender a superar paradigmas e pensar coisas que ninguém pensa.

Vivemos procurando tendências. O ser humano é um animal social. Mas, acontece que toda tendência que vira “moda” precisou ser criada, ou melhor, adaptada por alguém que ousou sair do lugar comum. Então, antes de praticar a criatividade é preciso entender 5 princípios básicos que ajudam a incentivar a criatividade.

1. Cultive o benefício da dúvida

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As certezas são reconfortantes. É um porto seguro onde nos agarramos mesmo que o mundo esteja se desfazendo ao nosso redor. São mantras que repetimos para nós mesmos, ainda que não tenhamos consciência disso. São crenças limitantes que nos impedem de pensar de outro modo, de ver as coisas de outra perspectiva.

Para ser mais criativo é preciso praticar a dúvida. Coloque em cheque suas verdades, arrisque pensar de formas diferentes e conversar com pessoas que pensam o oposto de você. Acredite isso pode ser transformador.

Quando for conversar com alguém, procure prestar atenção ao que ela diz e esteja sinceramente interessado a entender o que ela diz. Evite tirar conclusões precipitadas e faça quantas perguntas forem necessárias para compreender o que a pessoa diz. Não se importe em querer dizer o que você acha, foque na compreensão da visão do outro.

2. Na natureza nada se cria

Tudo se transforma. Ser criativo não é tirar ideias brilhantes do nada. Na verdade, um solo pobre dificilmente permite a uma planta crescer saudável e forte. Por esse motivo, é preciso nutrir sua mente com diferentes conhecimentos.

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Antoine Lavoisier, francês considerado apenas o pai da química moderna. Foi ele que disse: Na natureza nada se cria, tudo se transforma. Imagem da The Royal Society.

A criatividade é como um Lego da vida real. Quanto mais peças você tiver, mais liberdade criativa e matéria-prima terá para construir coisas diferentes. Então, busque fontes de inspiração, leia, veja filmes, vá a exposições de arte, conheça mais sobre diversos assuntos. Tenha uma coleção de lindas peças para usar quando necessário.

Toda forma de conhecimento pode ser usada como base para a inovação, basta disposição e, obviamente, um solo fértil.

3. Não tenha medo de errar

Desde pequenos somos ensinados sobre o acerto. O sucesso é nosso objetivo. O problema é que, muitas vezes, ignoramos que sucesso implica muito trabalho anterior. E esse trabalho certamente não foi infalível desde a primeira tentativa.

Nosso horror ao erro nos prende a uma zona de conforto gélida, onde a inovação não consegue florescer. Então, é preciso que erros aconteçam. E, principalmente, é importante não ter uma postura de negação em relação ao erro. Quando estamos diante de algo que falhou, temos que arregaçar as mangas, tomar notas, refletir e entender como melhorar a partir disso.

Erro e acerto levam ao aprendizado. Não tenha medo, portanto, de mudar de ideia. Os erros são a trilha de tijolos de ouro que podem levar você ao Mágico de Oz. Pense nisso.

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4. Esqueça a produtividade pelo menos por um tempo

A ânsia pelo retorno sobre os investimentos é como ir com sede demais ao pote. Não funciona. Pensar e agir criativamente exige reflexão, experimentação, erros, adequações e muito trabalho antes do sucesso.

Se você deseja ser apenas mais um no mercado, fazer as coisas como todos dizem que funciona e cumprir inúmeras check-lists, tudo bem. Agora, se seu objetivo é descobrir formas diferentes de fazer as coisas, é preciso dar uma pausa na produtividade desenfreada.

Tire um tempo do dia para fazer nada, deixe a mente vagar, desbrave seu mundo interior. Entre num fluxo de consciência e relaxe. Nesses momentos podem surgir grandes insights. Insights são os momentos em que a ficha cai. É aquele delicioso segundo em que você pensa: Eureca!

5. Aprenda com seu processo

Existe uma metodologia criativa. Sim, há formas estabelecidas por experiências anteriores que você pode ter como base. Mas é importante não fechar os olhos para seu processo pessoal.

Não somos robôs, certo? Logo, não temos um trabalho constante. O fluxo do trabalho criativo tem altos e baixos e cada pessoa pode ter um ritmo diferente de acordo com o projeto em que está trabalhando, conforme o contexto em que está inserido e também segundo suas referências.

Não se aflija, faça anotações, entenda como se sente em cada fase do processo criativo e descubra seus altos e baixos. Tem gente que fica mais inspirado e produtivo em dias de chuva, já outras pessoas florescem no verão. Há outros que amam o clima frio. Enfim, esse é um exemplo do clima. Mas o dia da semana, o mês, praticamente tudo influencia sua criatividade. E entender isso pode te ajudar a se respeitar.

Agora sim: dicas para cultivar a criatividade

Até agora vimos alguns fundamentos do pensar criativo para quebrar tabus. O próximo passo é ver algumas ideias já testadas para se inspirar nelas. Anote, procure adaptá-las para sua realidade e, porque não, pense em novas práticas criativas. Se puder, compartilhe com a gente nos comentários.

1. Nutra-se de ideias diferentes

Tudo pode ser nutriente para uma mente criativa. Desde um programa de televisão até um livro de filosofia. É clichê, mas precisa ser dito: mantenha a mente aberta.

Consuma conteúdo de diversas fontes, aprenda a ver as coisas de outro jeito, mergulhe em experiências que nunca teve. Como é a vida de uma criança na Arábia Saudita? Quem inventou o liquidificador? Por que faz 6 meses de noite na Finlândia?

Cultive a dúvida e mantenha a curiosidade inflamada, inchada, faminta. E consuma de tudo. Leia e assista de tudo. Pode ser que a solução para seu problema esteja em uma forma de pensar totalmente diferente. Pode ser que você precise montar um colcha de retalhos, usando diversas referências, para chegar a uma coisa nova.

Entenda: um bolo não se faz com um único ingrediente.

2. Espere o tempo da colheita

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Procure intercalar momentos de intensa pesquisa com instantes de relaxamento. Depois de ver muita coisa diferente, de buscar soluções e ver formas diferentes de resolver um problemas, vá tomar um banho, saia para caminhar, ouça uma música, pratique meditação.

Esses são períodos essenciais. Se tudo que você consome nutre sua mente, é preciso dar tempo para que as ideias germinem e comecem a crescer. De acordo com a psicanálise, seu subconsciente precisa ter um tempo para que as ideias “decantem” no fundo da mente para que possam emergir depois, transformadas, renovadas, inovadoras.

3. Tenha um caderno de ideias

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Não sei como é com você. Mas eu tenho um sério problemas com ideias. Elas surgem em momentos inusitados. Quando estou lavando a louça, tomando banho ou varrendo o chão. Elas brotam, depois de um tempo de germinação e, nessas horas, preciso ter um lugar para anotar.

Pode ser no bloco de notas do celular, mas é melhor ainda se for num caderno. Desenhe, rabisque, escreva o que vier da cabeça. Esse caderno é seu baú do tesouro, seu jardim secreto. Você pode recorrer à ele vez ou outra para consultar ideias, rever pensamentos. Lá você pode ir desenvolvendo uma ideia e criar uma forma de resolver um problema aos poucos, de acordo com o seu ciclo criativo.

4. Aproveite as oportunidades

Carpe diem, baby. Vez ou outra uma oportunidade aparace e flerta com você. Ela quer você e você quer estar com ela. Não resista. E eu sei como isso é difícil: temos medo de errar e achamos que não estamos prontos. E aqui vai uma verdade: você nunca estará pronto e o medo pode ser um ótimo combustível.

O medo nos acompanha sempre. Só não podemos deixar que ele assuma o controle. O medo ajuda a prever erros e, às vezes é preciso errar. E sobre estar pronto, não existe isso. Nos tornamos conhecedores conhecendo, nos tornamos fazedores fazendo.

Aprenda com seus erros e, por favor, agarre a oportunidade que aparece diante de você!

5. Ame ser um amador

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Amador é aquele que ama o que faz. No entanto, ele não é profissional no sentido de não exercer aquela mesma função infinitamente até atingir a excelência. Excelência é muito bom, o único problema é que esse caminho te leva ao lugar comum, a aprender a fazer de acordo com o mesmo.

Se você quer ser criativo, experimente. Seja amador e busque experimentar coisas novas. Ame o desconhecido, seja curioso, ousado.

Pode ser que muita gente estranhe esse jeito. E você não pode ligar para elas. Seja coerente com seu processo, seja fiel ao que acredita e cultive a criação do novo em você.

Para saber mais sobre criatividade

5 dicas para cultivar a criatividade e sair do lugar comum 8A Arte da criatividade foi escrito por Rod Judkins e publicado no Brasil pela Editora Rocco. Esse livro mudou minha forma de pensar e criar. Rod é um crítico de arte que trabalha o método criativo em empresas e já deu aula de arte em universidades. É um livro não linear, ótimo para deixar na cabeceira da cama e ler um capítulo aleatório por dia.

 

 

 

 

 

Agora que você viu algumas coisas sobre criatividade, que tal compartilhar sua visão? Para mim é importante saber seu ponto de vista: é minha forma de nutrir a criatividade do lado de cá. É sério, pode ficar à vontade.

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